sexta-feira, 14 de maio de 2010

Entrevistas de Emprego...Para Totós

Que Portugal está em crise, já não é novidade nenhuma. Que essa crise extravasa para os cidadãos, penso que já todos notaram.

Que existem centenas de milhar de desempregados em Portugal, é comum ouvir todos os dias. Que muitos desempregados já não têm “vontade” para trabalhar e tudo por causa dos seus subsídios de desemprego, até o Sócrates sabe.

Agora, que os desempregados tenham vergonha de melhorar as suas competências e capacidades é novidade para mim.

E isto tudo porquê?

Eu gosto muito de visitar livrarias. Adoro livros e um livro é a maior e melhor prenda que me podem dar (pequena indirecta pois o meu aniversário é dentro de 42 dias) e portanto é relativamente comum encontrarem-me a visitar livrarias. Não há muito dinheiro para gastar mas ao menos estou atento às últimas novidades. E as miúdas adoram gajos cultos. E ao contrário de qualquer geek que se preze, prefiro ter um bom livro a um bom gadget. Até porque é mais barato. E não, não me considero geek.

Numa dessas minhas incursões pelo mundo (infelizmente desconhecido para muitos) das livrarias surgiu uma situação algo estranha e quiçá, caricata junto à prateleira dos livros da colecção “Para Totós”. Eu estava junto a passar perto desta prateleira por acaso. Ficava a meio caminho entre os livros de Sexologia Cosmologia e os livros de Mecânica Quântica. Aproximei-me da prateleira “Para Totós” no preciso momento em que uma jovem se debruçava para apanhar o livro “Entrevistas de Emprego Para Totós”. Esta, notando a minha presença, atrapalhou-se um pouco, fingiu que não era aquele livro que pretendia e seguiu para a prateleira dos livros de economia. Apropriado.

Nota 1: Não há que ter vergonha de estar desempregado e querer melhorar as suas hipóteses de conseguir emprego.

Conselho 1: A melhor maneira de conseguirem um emprego é desenvolverem a vossa própria rede de contactos, o chamado networking social. Palavras chiques para pessoas-que-vos-podem-futuramente-meter-uma-cunha.

Nota 2: Os livros “Para Totós” não são desprestigiantes. No entanto digo-vos isto sem conhecimento de causa pois nunca tive necessidade de ler nenhum.

Conclusão: Portugal está em crise e não há vergonha em querer participar da sua recuperação. Não há desonra alguma em estudar um livro sobre entrevistas de emprego.

Mesmo que seja para totós.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mestre da culinária

Todos os meus amigos sabem já que sou um desastre na cozinha. Talvez por isso nunca aceitem convites meus para jantar.

Viver sozinho trouxe-me a propensão para o desenrasque. E por desenrascar digo cozinhar aquelas refeições pré-feitas da knorr. Mas de vez em quando lá me dão uns vipes e dedico-me à cozinha com mais afinco. Nesses dias sucedem muitas e variadas situações, a maioria das quais não me atrevo a dizer a ninguém. Uma das mais graves foi pegar fogo ao exaustor enquanto empreendia a fritura de 6 salsichas. Outra, cuja marca ainda existe no fogão, foi deixar uma panela de massa a cozer (com a tampa por cima) enquanto me distraia em frente ao computador a ver uns vídeos no youtube. Aquilo deitou água por fora e...como direi isto....bem...a coisa não foi bonita.

Mas há também aqueles casos em que as coisas até me correm bem. Até certo ponto.

Sabem aquelas situações em que compusemos algo super bom e que se mexermos mais, estragamos? Eu sei. E é muito frequente ser recordado disto. Olhem, por exemplo ontem ao jantar! Tudo ao lixo. E porquê?? Bem...lembrei-me de que me tinha olvidado de juntar sal ao refogado. Mas afinal não. Conclusão: acho que já chegaram lá ;). Tenho esta pequena particularidade de cozinhar a olhómetro. Raramente provo a comida que estou a confeccionar e os resultados são o que se vê, ou que se prova.

Veremos como me desembaraço hoje ao almoço. Tenho ali esparguete com cogumelos da Knorr, mas hoje apetece-me cozinhar. Pelo sim, pelo não, já comprei um extintor, uma manta de incêndios e um kit de primeiros socorros. E fiz um seguro à casa, com especial ênfase aos riscos de incêndio.

Num próximo post abordarei o acto de passar roupa a ferro. E como os estampados com a forma do ferro de engomar estão sempre na moda.